A prática do mindfulness remonta há mais de 2.500 anos e teve o seu início atribuído aos ensinamentos de Siddharta Gautama, mais conhecido entre nós como Buda. Esta prática foi inicialmente usada num contexto religioso, todavia hoje é independente de qualquer religião e pode ser realizada no exato momento em que qualquer pensamento, sentimento ou situação surge.
Em meados do século XX, a Meditação com base nas práticas orientais foi amplamente disseminada na cultura Ocidental, pela conjuntura associada ao movimento da contracultura, tomando força com a primeira geração de jovens após a segunda guerra mundial, e com a chegada de muitos mestres espirituais ao Ocidente, que migraram da Ásia, em grande parte, em consequência das crescentes tensões políticas naquele continente.
Um desses monges budistas foi Thich Nhat Hanh (falecido em janeiro de 2022). Em 1972, chegou a França na condição de refugiado pela sua atitude persistente de oposição pacífica ao governo durante a Guerra do Vietname. Desde essa altura, Thich Nhat Hanh não parou de participar em debates e retiros centrados na prática nuclear de mindfulness como o ponto central dos seus ensinamentos de Budismo zen. Em Bordéus, fundou a comunidade budista
Plum Village.
A incorporação do mindfulness na corrente principal do pensamento académico e científico foi possível devido ao trabalho do professor de medicina Jon Kabat-Zinn, responsável pela Clínica de Redução do Stress da Escola Médica da Universidade de Massachusetts. Jon Kabat-Zinn, após ter tido conhecimento do Budismo zen e ter participado em retiros com Thich Nhat Hanh, inspirou-se nestas práticas para criar um programa integralmente descontextualizado do enquadramento religioso do Budismo e do ioga, o MBSR: Mindfulness-Based Stress Reduction.