O que é meditação

A meditação está presente em toda a história da Humanidade, em diferentes culturas e tradições, registada desde há mais de três mil anos.

Quando comparamos todas as tradições, descobrimos um fio condutor nas práticas, que toca especialmente os processos de interiorização e auto-observação, de lucidez e compaixão, da experiência unificadora de consciência e da verdade profunda do coração.

Meditar não está necessariamente associado a um tipo de prática religiosa ou caminho espiritual específico e pode ser praticado por qualquer pessoa que esteja disponível para o fazer.

A meditação é uma prática natural através da qual o ser humano amplia a sua consciência e aprofunda o fluxo de atenção para com os processos da vida, exteriores e interiores. Ela é essencial para quem deseja viver uma vida mindfulness.

É importante ter em conta que a meditação não é apenas uma ferramenta de desenvolvimento pessoal ou um conjunto de técnicas psicológicas sofisticadas, e que também é um suporte e uma maravilhosa janela para a dimensão espiritual da vida.

A meditação não é uma técnica para controlar a mente, nem implica o desejo ou o esforço para a deixar em branco. Na verdade, quando tentamos parar a atividade para alcançar a passividade, o próprio esforço reforça a intenção, e como tal, aquilo que se propõe ultrapassar torna-se na própria atividade.

A prática de meditação transpessoal

A meditação transpessoal deriva da prática zazen (sentar em estado meditativo profundo), uma prática que se caracteriza pela sua sobriedade e simplicidade. Na verdade, a meditação transpessoal flexibiliza alguns detalhes da prática zen tradicional, ajustando-se ao ambiente e às circunstâncias psicológicas e culturais da atualidade.

A meditação transpessoal não exclui e, no essencial, inclui todas as tradições. Pode ser complementada com diversas práticas e sistemas de enfoque de atenção e, para além disso, incorpora também os mais recentes desenvolvimentos científicos.

A meditação transpessoal coloca o foco em três aspetos fundamentais: postura, respiração e atitude.

Podes ler mais sobre cada um deles aqui.

Benefícios da prática regular de meditação

A prática meditativa permite:
Podes saber mais aqui.

Como praticar meditação transpessoal

Como quase tudo na vida se aprende fazendo, também a meditação se aprende meditando.
A primeira etapa será estabelecer de forma consciente um momento para a prática formal de meditação, pode ser diária ou semanal, com duração de 5 minutos ou 1 hora, o importante é que esse momento seja inegociável, seja um compromisso contigo mesmo/a, ao qual não podes faltar. Encontra tempo na tua agenda onde possas desligar dos estímulos externos e fazer esperar as tarefas pendentes e as obrigações.

Há alguns rituais que me ajudam a meditar, vou-te dizer quais são. O que tenho em conta antes de qualquer prática é:

Local - escolho um local calmo e neutro, onde não haja muitas distrações.

Ambiente - o mais calmo possível. Quanto mais simples o ambiente, melhor. Gosto de fazer difusão de óleos essenciais. Cada um deve experimentar qual o ambiente em que se sente mais confortável.

Apoio – utilizo umas almofadas ou até uma outra superfície rígida (um bloco de ioga) coberta por uma almofada ou manta. Sento-me na beira deste assento. Se quiseres sentar-te numa cadeira, também é uma possibilidade. Vê o que é mais cómodo para ti.

Postura – sento-me de pernas cruzadas, com as mãos a descansar sobre os joelhos, endireito as costas, sem tensão. Relaxo a cara num suave sorriso e fecho os olhos (também podes semicerrá-los). Estou pronta para meditar. Quando me sento numa cadeira, os meus pés estão bem assentes no chão e mantenho todas as restantes posições corporais.

Meditação – respiro pelas narinas, sinto o ar a entrar e sair. Não tento controlar o processo, deixo-me respirar naturalmente. Quando algum pensamento surgir, observo-o, mas não o tento extinguir, se sentir desconforto, observo o desconforto, mas tento não me mexer.

Quando iniciei a prática de meditação sentia comichão, às vezes o coração acelerava ou tinha uma vontade incontrolável de me mexer, eu sabia que isso é natural, e permanecia a observar a sensação, mas sem reagir.

A importância da postura

Quando falamos de meditação, normalmente pensamos nela como numa atividade que envolve a nossa mente. No entanto, a meditação inicia-se assumindo um gesto concreto do corpo. Este gesto é a base sobre a qual assenta o estado de consciência que se desenvolve durante a meditação.

A meditação sentada corresponde a uma atitude de retraimento do exterior, abertura contemplativa ao mero ser. É a prática da quietude e da presença.

A postura do corpo, a todo o momento, é uma das formas que temos para comunicar com a mente. A postura que adotamos na meditação converte o corpo numa ferramenta refinada para focalizar a mente. De cada vez que repetimos a postura, vamos fortalecendo estruturas neuronais que nos permitem diferentes níveis de consciência, em consequência da postura adotada.

O corpo é o veículo que dá forma à vida e ele tem um sistema de comunicação próprio e muito eficaz, basta estarmos atentos e saber ouvi-lo. Ele é também uma âncora que nos permite viver em plenitude o momento presente, sendo que o corpo nunca está no passado, nem ocupa o futuro. O corpo vive no aqui e agora do momento presente.

Respiração Consciente

A respiração é uma função fisiológica que é regulada pelos sistemas nervosos: o sistema central e o autónomo. Temos a capacidade de respirar controlando o ritmo e a capacidade ou então fazê-lo de forma automática. Tal como diz Jon Kabat Zinn, felizmente temos esta capacidade automática de respirar, pois se a respiração dependesse da nossa vontade consciente, a Humanidade já se tinha extinto.

Todavia, esta dupla capacidade da função respiração, inconsciente e consciente, permite-nos descobrir a importância que esta tem na relação com a consciência. Se entendermos a consciência partindo de um ponto de vista mais amplo que o mero “dar-se conta”, então podemos observar como os estados de consciência estão associados a formas diferentes de respirar.

Já reparaste como a barriga do bebé enche sempre que ele inspira e diminui sempre que expira? Essa é a maneira natural de se respirar: utilizando a capacidade total do pulmão, movimentando o diafragma. O problema é que, conforme crescemos, vamos esquecendo como devemos respirar plenamente e passamos a usar somente a parte superior do pulmão.

A respiração que se adota na meditação transpessoal é realizada pelo nariz. A respiração nasal humidifica e aquece o ar. Além disso, o nariz funciona como um filtro, pois purifica o ar e impede que impurezas cheguem ao organismo.

São muitos os benefícios físicos da respiração consciente (respiração nasal e abdominal), como por exemplo: purificar o sangue, melhorar a absorção de oxigénio, fortificar os pulmões e o coração, regular a pressão arterial, regular o sistema nervoso, reduzir o stress e a ansiedade e acalmar os pensamentos.

A forma como respiramos interage com o nosso corpo e tem uma relação fundamental com o nosso estado emocional. A respiração é um instrumento extraordinário que podemos utilizar a cada momento para nosso benefício. Ela está sempre lá e nós temos o poder de a moldar de acordo com as nossas necessidades a cada instante.

A atitude é a chave

Não se trata de observar apenas, mas de observar compassivamente. Refiro-me à abertura de coração, numa atitude compassiva. Meditar não se limita ao rigor de um olhar frio e asséptico. Não é rigor, é amor. Sem amor, não há meditação.

Esta atitude oferece a nossa amabilidade e sensibilidade ao que está a acontecer. Seja o que for que apareça, o coração acolhe-o. É isto que significa estar alinhado com a vida no momento presente.

A atitude da meditação transpessoal resume-se a uma “presença amorosa”.

O poder do silêncio

O silêncio é necessário em muitos momentos do nosso dia a dia. Permite-nos assimilar as experiências com menos filtros, preconceitos ou distrações. Se o silêncio não existisse, a perceção não seria possível. Estamos constantemente a receber estímulos que geram respostas em nós. É a partir dos silêncios e das pausas que podemos diferenciar uns estímulos de outros.

Estes espaços de silêncio são os que nos facilitam a comparação e a assimilação consciente das experiências. As artes, sem silêncio, não existiriam. Não existiriam a música, a dança, a poesia, a pintura, ou a narrativa, já que são disciplinas que requerem ritmo, e um ritmo requer silêncio.

É importante recordar que o silêncio não é ausência absoluta de som. O meditador abraça todo o som no seu silêncio. Os seus ouvidos podem ouvir sirenes, música, conversas, ruídos de portas, telefones, inclusivamente os trovões das tempestades, o sussurro das folhas movendo-se ao vento, gritos, ondas no mar. No entanto, sente-se serenamente centrado no eixo da consciência observadora. Os sons não distraem a sua atenção. A sua atenção está focada na sua própria presença, ao mesmo tempo que observa e se abre à natureza do momento, tal como aparece.

O silêncio está associado à concentração, como mecanismo da nossa mente. O silêncio é uma atitude e, também, uma condição para conseguir focar a nossa atenção. Observamos que quando nos necessitamos de concentrar em algo, automaticamente guardamos silêncio. É como uma resposta natural ao nosso estado de alerta, que nos permite aguçar os sentidos, exteriores e interiores. Este silêncio meditativo nasce da Atenção Plena, e vice-versa: são dois estados que se interpenetram.

Não sou a minha mente; aspiro a ser como o leito do rio, presente, acolhedor, protetor e vendo os problemas passar.

Provérbio zen

Áreas de atuação da meditação

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Certificação Mindfulness

Este programa é facilitado por uma formadora com certificação de competências pedagógicas e gestora de formação, com décadas de experiência, a mentora do projeto caracolga, Olga Prada. O seu trabalho e conduta de vida seguem as Directrizes de Boas Práticas para o Ensino de Cursos Baseados em Mindfulness, sugeridas pela British Association of Mindfulness-based Approaches.
O certificado é emitido pela empresa que acolhe este projeto, a Plio, empresa formadora certificada pela DGERT desde 2014.

Esta certificação vai habilitar-te a seres um agente de mudança na tua vida e na vida dos que te rodeiam.

Programa Viagem Aprofundamento

  • Semana 1. Revisão de conceitos e aprendizagens
  • Semana 2. Consciência corporal
  • Semana 3. Quietude e movimento
  • Semana 4. Os sentidos
  • Semana 5. As emoções primárias
  • Semana 6. O tempo
  • Semana 7. Quem Sou
  • Semana 8. Como levar estas práticas a outras pessoas
  • Semana 9. Integração
  • Semana 10. Retiro Presencial [Necessário para CERTIFICAÇÃO]

Para realizares este nível precisas de concluir a certificação Viagem inicial.

Programa Viagem Inicial

  • Semana 1. Mindfulness: o que é, princípios, origem
  • Semana 2. Mindfulness: benefícios, combater o stress
  • Semana 3. Meditação transpessoal
  • Semana 4. Respiração Consciente
  • Semana 5. Cultivar a gratidão
  • Semana 6. O poder dos pensamentos
  • Semana 7. O poder do silêncio
  • Semana 8. A compaixão
  • Semana 9. Integração
  • Semana 10. Retiro Presencial [Necessário para CERTIFICAÇÃO]

A Viagem Inicial começa a 24 de maio de 2024.

Preparado/a para entrar nesta aventura de autoconhecimento?