Sentei-me na postura habitual para meditar. Procurei os raios de sol que trespassavam as janelas e as sublimes plantas que ali se encontravam. Raios que acariciavam a minha pele de forma suave, quase impercetível, mas de forma tão calorosa.
Atiro-me para o sofá ao final do dia, com o silêncio que agora ocupa o anterior espaço, de conversas e do ruído próprio de uma casa animada por crianças ao final do dia.
Com leveza, cada vez com mais leveza, caminho pela vida com a suavidade da folha que cai da árvore e pousa no profundo manto acolchoado enraizado na terra.
Escuto a larga vastidão do oceano que se dispersa no horizonte. O meu corpo descansa, sentado, na cadeira de baloiço, que me embala ao ritmo das ondas do mar que vão e vêm. Sou presente naquele momento, que abraça todos os outros instantes, sussurrados à ligeireza do vento. Permaneço, contemplando a extensão de água profunda que observo do alpendre.
Adoro fazer anos! Sempre me lembro da alegria infinita que me conquista nesta celebração da vida, da minha vida! Hoje faço 43 anos. Bom, hoje não, mas no dia em que surgiram as sementes deste texto na minha alma.
Tenho a convicção de que o caminho da vida se faz caminhando, ele não está traçado, mas vai-se formando aos meus pés a cada passo que dou. Com esta segurança na bagagem e de espírito aberto, embarquei em mais uma fantástica aventura. Uma vez mais, deixei-me guiar pela sabedoria de seres grandiosos, num lugar que sinto um pouquinho como a minha casa.