Sentei-me na postura habitual para meditar. Procurei os raios de sol que trespassavam as janelas e as sublimes plantas que ali se encontravam. Raios que acariciavam a minha pele de forma suave, quase impercetível, mas de forma tão calorosa.

Fechei os olhos, inspirei profundamente, adequei a minha postura para estar totalmente confortável e presente no meu corpo. Senti o ar a atravessar as minhas narinas de forma intensa, mas subtil. O ar frio a entrar… o ar quente a sair. E assim, deixei-me ficar permanecendo simplesmente neste sentir.

Viajei para outro mundo, um mundo exatamente igual ao nosso. Sol a pôr-se no horizonte, a dança de sedução da lua, os rios que teimam em desaguar no mar, os pássaros que voam livremente, as crianças que brincam agitadas e alegres.

Neste mundo há outras criaturas mágicas, para além de todos os Seres que conhecemos. Há gigantes que respiram e a sua respiração faz circular o ar… move embarcações, faz ondular o mar, faz serpentear as folhas das árvores.

E respira-nos… Respira-me!

Sou respirada neste mundo mágico. Embalada pelo sopro do dragão que me faz oscilar, para a frente e para trás, para a frente e para trás. Sou embebida pela leveza do ar, pela leveza de Ser…. Sem dimensão… Sem tempo…

Sou como uma simples folha que flutua ao sabor do vento, do sopro da criatura selvagem que me move. Sou leve, sou livre, Sou Respirada!

Nesta dança que saboreio, dentro e fora são um só. Sou respirada e sinto-me a ser engolida pela inalação do dragão… Sou sugada pelas suas narinas e sinto um regresso a casa, ao ventre da mãe, ao centro de toda a vida Universal, ao começo do tempo sem tempo e do espaço sem espaço.

Estou segura no conforto do interior daquele ser selvagem. Selvagem, mas doce, quente, acolhedor como o colo da Mãe, como o ninho que suporta e como o abraço que ampara.

Dentro e fora são um só em união. Eu levito leve, leve, como uma pena, observo o mundo ao meu redor, os meus sentidos estão mais despertos do que nunca e sinto todos os corações deste universo, sinto todo o seu amor em mim.

Foi nesta sensação de plenitude que permaneci, após terminar a meditação. Desfiz a postura com um sorriso, levantei-me e segui para a vida plena de Amor e presença em Mim.

Abraço-te com Amor