Atiro-me para o sofá ao final do dia, com o silêncio que agora ocupa o anterior espaço, de conversas e do ruído próprio de uma casa animada por crianças ao final do dia.
Atiro-me para o sofá, cansada, desiludida, frustrada, desanimada… Ajeito o corpo, ele enterra-se ainda mais no acolchoado das almofadas. Fecho os olhos e observo o filme do meu dia, na pelicula que passa na minha mente.
Em cada momento que vou revendo sinto uma impotência, um desvalor de mim mesma e surge o pensamento que tantas vezes já me consumiu… Suspiro, um profundo suspiro que vem da alma: “Não fiz nada hoje!”
Mantenho os olhos fechados, parece mais fácil assim, talvez possa fugir um pouco à minha realidade…. E deixo-me afundar mais ainda, fundindo o meu corpo com os contornos do assento que me dá colo.
Não são recorrentes estes pensamentos, mas ainda assim, levam um pouco de vida com eles. Consomem-me a energia vital e ainda que por breves instantes, conseguem-me retirar o foco, o rumo, a essência de quem sou.
Com a mente clara, depois do turbilhão de emoções serenar, qual água do lago que turva a cada pedra que se atira, mas que serena com o passar do tempo, chego ao fundo da questão que por vezes me traz aqui, a este lugar…. Aprendi, observando e sentindo tantas mulheres deste mundo, herdei de tantas outras que não conheci, esta atitude que se entranha em mim e tantas vezes me ocupa por inteiro… Tendo a ser um Dador Humano!
Julgando-me devedora de sentir e satisfazer as necessidades de todos os seres à minha volta, tantas vezes esquecendo as evidentes necessidades do ser mais fundamental e importante da minha vida. EU mesma!
Quantos de nós já se sentiram assim? Quantos de nós se arrastam pela sua própria vida sem a conseguir viver plenamente, satisfazendo as inúmeras e infinitas vontades de todos os outros à exceção de Si mesmos?
Paremos um pouco. Inspira fundo. Deixa as águas do lago serenar, para que possas observar com atenção e lucidez. A prática de contemplação, de meditação e de reflexão traz-me ao momento presente, auxilia-me a reconectar com o meu caminho e acende a luz nas profundezas do meu Ser.
Reconhecendo a minha Natureza, reconheço as minhas necessidades, sabendo que tenho em mim tudo o que preciso levar para o caminho, nos dias de Sol e nos dias Sombrios. Aceitando que todos eles fazem parte da existência e com todos tenho algo a aprender.
E assim, vou soltando mais um pouco essas vestes que sinto não serem minhas. Assim, vou soltando esse lugar de Dador Humano, e ocupando o lugar de Ser, onde todos somos Um, unidos pela energia Universal, onde todos somos guiados pela energia do Amor.
Daqui, deste lugar, abraço-te com Amor
Este programa é facilitado por uma formadora com certificação de competências pedagógicas e gestora de formação, com décadas de experiência, a mentora do projeto caracolga, Olga Prada. O seu trabalho e conduta de vida seguem as Directrizes de Boas Práticas para o Ensino de Cursos Baseados em Mindfulness, sugeridas pela British Association of Mindfulness-based Approaches.
O certificado é emitido pela empresa que acolhe este projeto, a Plio, empresa formadora certificada pela DGERT desde 2014.
Esta certificação vai habilitar-te a seres um agente de mudança na tua vida e na vida dos que te rodeiam.
Guma Dum diz:
Quando não se arruma a casa, a cabeça começa a ficar à nora.
Mal de quem não para e olha dentro, para verificar o que há a repor e organizar, reajustar, tendo em conta que a cada passo tudo se transforma e vai ficando diferente, admitamos sim, que precisamos de saber conviver com a necessidade dessa adaptação como seres permanente mutação.
Se tudo estiver bem dentro de nós, aí sim, teremos algo de bom para então doar à nossa volta. Façamos sem fazer esperar, os ajustes necessários.
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Kandandando com estima e admiração.